Em um ambiente com muitas triggers sendo disparadas, muitas vezes é necessário conseguir identificar e monitorar a execução de triggers para analisar um determinado comportamento ou entender como um dado está sendo alterado.
Isso acaba ficando ainda mais complexo quando uma trigger altera dados de outra(s) tabela(s) e várias triggers são disparadas em sequência, aninhadamente, a partir de um único comando SQL.
É isso que você aprenderá nesse artigo.
Um das formas de conseguir identificar o comando DML que disparou uma trigger é alterar a própria trigger para capturar o comando SQL.
Veja como fazer isso nos artigos abaixo:
- SQL Server – Como criar um histórico de alterações de dados para suas tabelas (logs para auditoria)
- SQL Server – Como identificar a query que disparou uma trigger de DML numa tabela
Criação da base de testes
Para a demonstração desse post, compartilharei os scripts utilizados para que você possa testar no seu ambiente também.
Criação das tabelas
Clique aqui para visualizar o código das tabelas
Criação das triggers
Clique aqui para visualizar o código das triggers
Como identificar e monitorar a execução de triggers
Agora que temos as tabelas e triggers criadas, vamos iniciar o nosso monitoramento, alterar alguns dados e testar se está tudo funcionando conforme o esperado.
Vamos criar um Extended Event (XE) para capturar a execução das triggers:
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IF (EXISTS(SELECT TOP(1) NULL FROM sys.server_event_sessions WHERE [name] = 'trcMonitorTriggers')) DROP EVENT SESSION [trcMonitorTriggers] ON SERVER; GO CREATE EVENT SESSION [trcMonitorTriggers] ON SERVER ADD EVENT sqlserver.sp_statement_completed ( ACTION ( sqlserver.server_instance_name, sqlserver.session_id, sqlserver.client_app_name, sqlserver.client_hostname, sqlserver.[database_name], sqlserver.username, sqlserver.nt_username, sqlserver.session_nt_username, sqlserver.session_server_principal_name, sqlserver.server_principal_name, sqlserver.sql_text ) WHERE ([object_type] = 'TRIGGER') ) ADD TARGET package0.event_file ( -- Lembre-se de criar a pasta antes de executar SET filename=N'C:\Traces\TriggerMonitor', max_file_size=(20), max_rollover_files=(10) ) WITH (STARTUP_STATE=ON) GO ALTER EVENT SESSION [trcMonitorTriggers] ON SERVER STATE = START GO |
Vamos executar algumas alterações de dados para testar o nosso monitor de triggers:
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INSERT INTO dbo.Cliente VALUES('Dirceu', '1987-05-28', 0) GO INSERT INTO dbo.Cliente SELECT 'Resende' AS Nome, '1987-05-28' AS Dt_Nascimento, 9999 AS Vl_Salario GO INSERT INTO dbo.Cliente VALUES('Dirceu - Teste 2', '1987-05-28', 0) GO INSERT INTO dbo.Cliente SELECT 'Resende - Teste 2' AS Nome, '1987-05-28' AS Dt_Nascimento, 9999 AS Vl_Salario GO UPDATE dbo.Funcionario SET Nome = 'Dirceu Resende' WHERE Id_Funcionario = 1 GO |
E agora vamos ler os dados coletados do Extended Event para visualizar o histórico de execução das triggers
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DECLARE @TimeZone INT = DATEDIFF(HOUR, GETUTCDATE(), GETDATE()) IF (OBJECT_ID('tempdb..#Events') IS NOT NULL) DROP TABLE #Events ;WITH CTE AS ( SELECT CONVERT(XML, event_data) AS event_data FROM sys.fn_xe_file_target_read_file(N'C:\Traces\TriggerMonitor*.xel', NULL, NULL, NULL) ) SELECT DATEADD(HOUR, @TimeZone, CTE.event_data.value('(//event/@timestamp)[1]', 'datetime')) AS eventDate, CTE.event_data INTO #Events FROM CTE SELECT A.eventDate, xed.event_data.value('(data[@name="object_id"]/value)[1]', 'int') AS [object_id], OBJECT_NAME(xed.event_data.value('(data[@name="object_id"]/value)[1]', 'int')) AS [trigger_name], xed.event_data.value('(action[@name="session_id"]/value)[1]', 'int') AS session_id, xed.event_data.value('(action[@name="database_name"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS [database_name], xed.event_data.value('(action[@name="nt_username"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS nt_username, xed.event_data.value('(action[@name="session_server_principal_name"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS session_server_principal_name, xed.event_data.value('(action[@name="client_hostname"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS [client_hostname], xed.event_data.value('(action[@name="client_app_name"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS [client_app_name], xed.event_data.value('(data[@name="nest_level"]/value)[1]', 'int') AS [nest_level], xed.event_data.value('(data[@name="statement"]/value)[1]', 'varchar(max)') AS [statement], TRY_CAST(xed.event_data.value('(//action[@name="sql_text"]/value)[1]', 'varchar(max)') AS XML) AS sql_text FROM #Events A CROSS APPLY A.event_data.nodes('//event') AS xed (event_data) |
Com esse script, você pode identificar cada comando executado dentro da trigger (coluna statement) ou o comando que disparou a trigger (coluna sql_text).
Caso você queira algo mais simples e resumido, para saber só quando as triggers foram disparadas, pode usar esse script aqui:
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DECLARE @TimeZone INT = DATEDIFF(HOUR, GETUTCDATE(), GETDATE()) IF (OBJECT_ID('tempdb..#Events') IS NOT NULL) DROP TABLE #Events ;WITH CTE AS ( SELECT CONVERT(XML, event_data) AS event_data FROM sys.fn_xe_file_target_read_file(N'C:\Traces\TriggerMonitor*.xel', NULL, NULL, NULL) ) SELECT DATEADD(HOUR, @TimeZone, CTE.event_data.value('(//event/@timestamp)[1]', 'datetime')) AS eventDate, CTE.event_data INTO #Events FROM CTE SELECT DISTINCT A.eventDate, xed.event_data.value('(data[@name="object_id"]/value)[1]', 'int') AS [object_id], OBJECT_NAME(xed.event_data.value('(data[@name="object_id"]/value)[1]', 'int')) AS [trigger_name], xed.event_data.value('(action[@name="session_id"]/value)[1]', 'int') AS session_id, xed.event_data.value('(action[@name="database_name"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS [database_name], xed.event_data.value('(action[@name="nt_username"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS nt_username, xed.event_data.value('(action[@name="session_server_principal_name"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS session_server_principal_name, xed.event_data.value('(action[@name="client_hostname"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS [client_hostname], xed.event_data.value('(action[@name="client_app_name"]/value)[1]', 'varchar(128)') AS [client_app_name], xed.event_data.value('(data[@name="nest_level"]/value)[1]', 'int') AS [nest_level], xed.event_data.value('(//action[@name="sql_text"]/value)[1]', 'varchar(max)') AS sql_text FROM #Events A CROSS APPLY A.event_data.nodes('//event') AS xed (event_data) ORDER BY A.eventDate, nest_level |
Nessa versão mais resumida, fica bem fácil identificar que um único update ativou 2 triggers ao observarmos as colunas de eventDate, nest_level e sql_text. Após o comando UPDATE, a trigger “trgFuncionario” foi disparada e como essa trigger faz um outro UPDATE na tabela “Cliente”, ela ativou a trigger “trgHistorico_Cliente”.
Agora ficou fácil identificar triggers sendo disparadas no ambiente, especialmente as triggers aninhadas como esse exemplo, onde um único comando pode acabar disparando várias triggers, ficando difícil de rastrear num ambiente grande.
Espero que tenham gostado dessa dica e até o próximo artigo!
Abraços.